Ovelha perdida Lc. 15: 03-07

O Evangelho nos mostra que  haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão

Era comum nos tempos de Jesus, uma ovelha brincalhona, saltitando para lá e para cá, se desgarrar do rebanho e ficar perdida pelos campos, sem que o pastor percebesse. E ao perceber, o pastor larga o rebanho pastando e corre, ele vai à sua procura, aflito e preocupado, e quando a encontra agradece a Deus. Ele fica muito feliz ao encontrar a sua ovelha perdida, e acolhe com carinho, reconduzindo-a ao rebanho.

Também, quando um filho ou uma filha fica extraviado na rua, é grande o nosso desespero, e é maior a nossa alegria ao encontrar aquele pedaço de nós que se distraiu e se desgarrou da nossa mão protetora e saiu por aí.

O mundo de hoje está repleto de ovelhas perdidas. São almas que se desgarraram do rebanho de Cristo, que se desprenderam da caravana, ou da excursão, e seguiram outros caminhos. São como crianças que se soltam das mãos dos pais por que se distraíram ao ver uma coisa que lhes interessou, uma coisa que lhes atraíram, que lhe chamou a atenção; seja um brinquedo, um palhaço ou coisa parecida.

Nós nos desgarramos do caminho do Pai quando alguma coisa também nos chama a atenção. E essas coisas que nos distraem, são geralmente as novidades do mundo virtual, jogos eletrônicos, pode ser a beleza e atração do sexo oposto, o conforto e comodismo trazido pelas maravilhas da tecnologia, uma nova moto, um novo carro, um novo celular etc.

Não se trata de condenar o progresso, e mesmo esses bens materiais em si. O que lamentamos, é que tudo isso nos faz desgarrar, desviar do caminho, da verdade e da verdadeira vida.

Muitos de nós somos ovelhas perdidas que nos desviamos da estrada reta, e nos embrenhamos pelos caminhos tortuosos.

E muitos de nós, nem percebemos que estamos perdidos.  Podemos seguir andando, e pensando que estamos no caminho certo, que somos pessoas de Deus, só pelo fato de fazer o sinal da cruz ao deitar, pelo fato de falar o nome de Deus de vez em quando, pelo fato de até irmos algumas vezes à igreja, quando for a minha equipe responsável pela liturgia. Porém, só isso não basta; porque, acontece que um cego não pode guiar outro cego.

Quando estamos em pecado, não enxergamos o caminho a seguir, e nos perdemos na escuridão da iniqüidade, tropeçamos nos buracos da vaidade, da auto-suficiência, e podemos cair nos penhascos à beira do caminho da vida. É como aquela frase no para choque de um caminhão: Não me siga. Eu estou perdido! É engraçado, porém com um grande fundo de verdade; como podemos seguir alguém que se encontra perdido? Não chegaremos a lugar nenhum, pelo menos ao lugar que deveríamos estar ao objetivo que deveríamos atingir.

Isso é o que acontece a muitos dos nossos jovens. Eles seguem os seus colegas aos quais chamam de amigos, porém, esses tais estão completamente perdidos na vida. Porque se desgarraram do rebanho a muito tempo, e seguiram um atalho, uma trilha, a qual vai lhes conduzir a um abismo fatal; e pode acontecer a nós, quando caímos em pecado.  O pecado nos cega e nos aliena, e não mais enxergamos o caminho, não vemos a mão de Jesus estendida para nos levantar. É como caminhar à noite por um caminho desconhecido.

É hora de arrependimento e perdão, de buscar a misericórdia de Deus, tal qual o Filho pródigo procedeu: (Pai pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho…Lc. 15: 17-19); é o momento de se reintegrar ao rebanho de Deus. E, com certeza, seremos acolhidos pelo Pai que nos ama, e que nos chama a conversão diariamente!

O Deus que Jesus nos revela, o Deus a quem ele chamava de Pai é assim: bom, compassivo, misericordioso, preocupado com cada um de nós. Ele somente é glorificado quando estamos de pé, quando estamos bem, quando somos felizes. Mas, não há felicidade verdadeira para nós, a não ser junto dele, que é o Pai de Cristo e nosso Pai.

Rev. Marialvo Rodrigues

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