Porto anuncia que não concorre à reeleição para construir alternativa de esquerda

Na primeira sessão legislativa do ano de 2020, o Vereador Paulo Porto (PCdoB) fez um discurso de agradecimento e despedida.

Agradecimento por ter participado ativamente por duas legislaturas debatendo o município de Cascavel. “Foram centenas de sessões, centenas de votações e posso dizer sem nenhuma dúvida que nunca hesitei ou votei contra a minha consciência, que em nenhum momento traí minhas bandeiras”, disse Porto. “Nosso mandato nestes sete anos trabalhou de forma equilibrada com as três funções de um vereador: legislar (fazer leis), fiscalizar o executivo e vocalizar as demandas da sociedade”, destacou o vereador que, durante os dois mandatos, participou de defesas de causas importantes, como a questão do contrato do lixo, a luta e a cobrança por um transporte urbano de qualidade, e a questão ambiental de combate aos agrotóxicos.

Um dos destaques de Paulo Porto é a Lei Municipal 6484/2015, que proíbe o uso de veneno próximo às escolas do campo, unidades de saúde do campo e núcleos residenciais rurais, que é referência nacional na questão ambiental, levando o nome de Cascavel para o Brasil todo em diversos eventos sobre agroecologia e agricultura familiar.

Despedida, pois Porto garantiu que não será candidato à reeleição. “Este será o nosso último ano nesta Casa de Leis pois, ao contrário dos demais vereadores que concorrerão às eleições – o que é legítimo –, este mandato não concorrerá”. “Foram anos de profundo aprendizado e diálogo com a população e de intensos e republicanos debates nesta casa. Neste ano não irei para a reeleição”, anunciou ele. Porto acredita que seu ciclo como legislador terminou nesta fase.

O fim do ciclo como legislador não será o fim da atividade política do vereador, que continuará na disputa buscando uma união com os partidos de esquerda com o objetivo de lançar uma candidatura para prefeito onde outras propostas de governo sejam debatidas, além das que estão colocadas. “É necessário darmos uma alternativa ao eleitor na perspectiva do estado de direito, na perspectiva do fortalecimento das políticas, na perspectiva de garantir governo para os que necessitam de governo e não apenas governar para os ricos” diz.

Para o vereador, Cascavel precisa se livrar do “ciclo dos coronéis”. “Terei como papel colaborar na construção de uma grande frente de caráter popular e progressistas nas eleições municipais de 2020. Uma frente que faça o bom debate, o debate propositivo e não permita que estas eleições municipais tornem o eleitor cascavelense refém do samba de uma nota só, ou de apenas duas notas: Ratinho e Bolsonaro, Bolsonaro e Ratinho”, alerta Porto. Nas últimas eleições presidenciais, no momento em que a esquerda estava mais fragilizada no Brasil, o candidato do PT, Fernando Haddad obteve 17% dos votos cascavelenses no primeiro turno e 30% no segundo.

Porto acredita que as eleições de 2020 serão atípicas. “Nós todos temos um papel em 2020: fazer uma eleição livre das fake news, uma eleição baseada em propostas, uma eleição livre do discurso do ódio, uma eleição absolutamente republicana. É necessário combatermos a antipolítica, é necessário que a sociedade volte a acreditar na política como mecanismo de transformação social” afirma o vereador que entende o memento por qual passa o país no atual governo bastante “sombrio”. “Este será nosso grande desafio nestas eleições. Porque, à margem da política, nós sabemos que só resta a barbárie e o fascismo. E o Brasil precisa a voltar a se reencontrar com a nossa democracia plena” conclui esperançoso.

Foto: Marcelino Duarte/Assessoria de Imprensa/CMC

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