Portos do Paraná dragam quatro áreas de forma simultânea

Os portos do Paraná começaram o mês de outubro com o maior número de equipamentos de dragagem operando de forma simultânea no Brasil. São sete unidades em atividade, ao mesmo tempo: quatro dragas, dois batelões e um nivelador. O conjunto de frota é inédito no País e agiliza as obras de manutenção da profundidade nos portos de Paranaguá e Antonina.

Com investimento público de R$ 403 milhões, em recursos próprios da empresa pública paranaense Porto do Paraná, a dragagem retira sedimentos que se acumulam no fundo do mar e é fundamental para a segurança da navegação. O contrato iniciou em 2019 e é válido até 2023.

“É raro um porto contar com a disponibilidade de tantos equipamentos ao mesmo tempo. Mas estamos fazendo esse trabalho com todo o cuidado para o meio ambiente, com a anuência dos órgãos competentes e diálogo com a população.”, destaca o diretor-presidente da empresa, Luiz Fernando Garcia.

Segundo ele, a dragagem simultânea permite que os serviços sejam finalizados em um menor tempo, o que diminuí os impactos nas operações. “Com o fim das obras, o Porto de Paranaguá terá uma condição inédita para receber navios maiores. Isso tem impacto direto na quantidade de carga movimentada, empregos gerados e maior renda para nossa população”, completa.

PROFUNDIDADE – A etapa atual deve manter a profundidade de 16,5 metros na área externa do canal (Alfa); 15,5 metros na área interna do canal, mais próximo à Ilha do Mel (Bravo 1); 14,5 metros na área interna, mais próximo à Ilha das Cobras (Bravo 2) e Bacia de Evolução (Charlie I e 3); além dos 12,5 metros de calado nos berços de atracação do Porto de Paranaguá.

A maior draga hopper em operação no Brasil chegou ao Paraná no final de setembro. Com 152,9 metros de comprimento, a Gerardus Mercartor tem capacidade de cisterna de 18 mil metros cúbicos (m³). De origem belga, a embarcação vai atuar na área externa do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, conhecida como Alfa.

A draga chinesa Hang Jun 4011 está finalizando a dragagem no canal de acesso ao Porto de Antonina, denominada área Delta. A capacidade de cisterna é de 5 mil m³.

A Xin Hai Hu 9, do mesmo país, trabalha na área Charlie, em frente ao Porto de Paranaguá, que inclui a bacia de evolução. Do tipo hopper, ela tem capacidade de cisterna de 10 mil m³.

Já a Xin Hai Beng é mecânica, do tipo Clamshell. Esse tipo de embarcação é fixa e opera com um guindaste, auxiliada por caçambas e batelões. Os que atendem a operação são o Hang Bo 2002 e o Hang Bo 2003 (capacidade de 2 mil m³ cada). O conjunto executa a dragagem dos berços de atracação.

STATUS – A dragagem dos berços está quase concluída. A batimetria para aferir os resultados deve ocorrer em cerca de dez dias e, com isso, a Xin Hai Beng zarpa para outros portos.

Nas áreas Charlie e Delta, o prazo de conclusão é nos próximos dias. Depois de finalizadas, as dragas hopper chinesas se juntam com a embarcação holandesa para atuar em conjunto nas áreas Bravo e Surdinho (mais internas no canal de acesso ao Porto de Paranaguá).

Desde 2019 já foram dragados 5,4 milhões de metros cúbicos de sedimentos nos portos paranaenses.

CUIDADO – Todo o projeto é desenvolvido com total respeito ao meio ambiente. Durante as campanhas de dragagens de manutenção – conforme determina o Plano de Controle Ambiental, aprovado pelo Ibana – são executados programas de comunicação, educação e monitoramentos ambientais.

Para esta campanha, a Portos do Paraná desenvolve: programa de comunicação social; programa de educação ambiental, programa de monitoramento da qualidade das águas; programa de monitoramento da qualidade dos sedimentos; e programa de monitoramento do volume dragado.

A área de despejo dos sedimentos dragados fica localizada a mais de 20 quilômetros da Ilha da Galheta e da Ilha do Mel. A área de descarte, regulamentada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foi definida após estudos de correntes e outros aspectos climáticos, como a mais indicada para a dispersão do material dragado sem prejuízos ambientais.

Foto: Jonathan Campos / AEN

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